A vida é rojão de espada.
É barco de fogo a cortar a estrada,
Tão curta e rápida.
É pólvora bem socada,
Na vareta do bacamarte.
E o gatilho que dispara,
Com o dedo do brincante.
A vida é tão boa e tão rápida,
Que sofre o poeta
Querendo tocá-la.
Sofre, mas como sofre,
Querendo decifrá-la.
Querendo que o rojão não se esvaia,
Em cada fase da estrada.
A vida são fases;
São vários São Joãos
E vários são os fogos a se soltar,
a depender da idade.
Traque de massa, chuvinha.
Traque de bebé, estrelinha.
Mijão, diabinho, pitu
Busca pé, limalha.
A cada idade uns fogos a soltar.
Solte seus fogos!
Cada um a seu tempo,
Para não se queimar.
Ou para depois não se arrepender,
De não tê-los soltado.
Gonçalo Ribeiro de Melo Neto
Aracaju, 02 de novembro de 2010
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