sexta-feira, 12 de março de 2010

Medo: tempo único

Agora eu tenho um minuto de silencio.
Antes, antes não era agora e sim passado,
O passado foi tempo vivido no instante esmagado,
No instante que vivi horas em um compêndio.

O silencio que tenho guardado e esmagado persiste,
Emudecido no passado, mas gritante no agora.
Já não há espaço em mim, apenas sigo a hora,
E as horas passam.

Momentos vividos pela superficialidade,
Do idealismo que mantenho,
Do medo que me sustenta a mente.

Já é tempo passado: este de ficar anestesiado,
Embriagado pela constante lembrança
Que me faz sentir, enxergar coisas
Que não posso expressar.
Não quero:
O medo que agora não hesita.

Mas neste instante, como não temo este silencio,
Neste instante de tempo que se escorre pelos dedos,
Vejo o que sempre tento lembrar:
Que sem depender de outros sentimentos,
Que dizem ser mais intensos,
Mas que na verdade são apenas complementos,
Aí sim, vejo que não se deve sangrar,
Não se deve padecer.
Ou pelo menos “EU” não devo!

Sei que causa agonia,
O ferimento não cicatriza.
Sempre estará ressurgindo a cada momento,
A cada instante de tempo que me restar.

Porem, a cada instante de silencio que vier,
Agora já não mais me abalará por tanto tempo.
E o medo...
Ah! Este sim permanecerá.
Pois só existe um único tempo:
O aqui e o agora.

Antonio E.P. Ribeiro Junior
Aracaju, 27 de julho de 2007.

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