Empresta-me sua água.
Empresta-me o seu tempo.
Empresta-me as palavras.
Empresta-me o ar.
Empresta-me o som, o vento.
Empresta-me os momentos.
Dissolva esse gelo, esse apego.
A posse é passageira, finita.
A importância do viver, transmita.
A natureza do ter, finita.
A natureza do ser, desconhecida.
A cadeia da vida, é cíclica.
Vem-se, vai-se, volta.
Empresta-se, usa-se, devolve-se.
Volta-se tudo à origem,
Pega-se do planeta, devolve-se a ele.
Não há juros, nem dono.
Gonçalo Ribeiro de Melo Neto.
Aracaju, 24 de setembro de 2006.
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