sexta-feira, 12 de março de 2010

Sem Dono

Empresta-me a sua terra.

Empresta-me sua água.

Empresta-me o seu tempo.

Empresta-me as palavras.

Empresta-me o ar.

Empresta-me o som, o vento.

Empresta-me os momentos.

Dissolva esse gelo, esse apego.

A posse é passageira, finita.

A importância do viver, transmita.

A natureza do ter, finita.

A natureza do ser, desconhecida.

A cadeia da vida, é cíclica.

Vem-se, vai-se, volta.

Empresta-se, usa-se, devolve-se.

Volta-se tudo à origem,

Pega-se do planeta, devolve-se a ele.

Não há juros, nem dono.


Gonçalo Ribeiro de Melo Neto.

Aracaju, 24 de setembro de 2006.

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